Bob Dylan
inicia uma viagem reflexiva em
nós. Ao longo da canção, assuntos voltados à eternidade, ao
amadurecimento, a dúvidas e ao comportamento social são mencionados em cada
verso e nos convidam a pensar, de uma maneira sensível e profunda que só Dylan
consegue fazer, sobre o mundo e sobre as pessoas que nele vivem. A música nos
permite lembrar do jovem adolescente que, ao crescer e começar a tomar consciência
de si, do mundo e do papel das pessoas nele, começa a questionar-se
desesperadamente sobre tudo e todos, deixando-o confuso e inseguro. Popularmente,
o adolescente é conhecido como o revoltado, o revolucionário que quer mudar o
mundo, o crítico, o teimoso e o chato. Na verdade, podemos mudar o foco e vê-lo
como um ser novo em um ambiente novo. Um ser pensante que “saíra de sua caverna”
e pergunta-se: “O que diabos é isso?” ao olhar para o mundo. - “Quantas vezes precisará balas de canhão
voar até serem para sempre banidas?” – Questionamentos assim ilustram o
quadro da melhor forma. Não basta, entretanto, para o adolescente questionar o
mundo e todos, ele precisa questionar-se para saber quem é. Essa interiorização
acaba em fazê-lo corrigir seus antigos comportamentos que não estão mais correspondentes
que sua mentalidade. Qual melhor frase do que a primeira da música para
ilustrar esse aspecto? - “Quantas
estradas precisará um homem andar antes que possam chamá-lo de um homem?”
Fundamentalmente,
a Psicologia tem papel importante nessa fase da vida humana. Os questionamentos
do jovem são muitas vezes vistos como sintomas de psicopatologias por muitos
leigos e isso pode afetar seu desenvolvimento. É papel do psicólogo compreender
o quão complexa e turbulenta é essa fase e saber como auxiliar o jovem que
possivelmente se encontra em sua frente querendo saber se ele é normal ou não
(tendo em vista que ele irá questionar o que é ser normal). Além do jovem, o
psicólogo deve saber compartilhar um pouco de seu conhecimento com os pais. Na
adolescência, os pais sofrem tanto (ou mais) que seus filhos. Por ser um ser
questionador vivamente, o adolescente pode apresentar uma maturidade maior que
os próprios pais. Muitas manias e crises podem ser passadas por eles próprios aos
filhos. Alguns destes não estão preparados, também, em ver seu “bebê” crescendo
e isso pode ser um fator negativo para o desenvolvimento do adolescente. [Matheus I. Mazzochi]
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