sexta-feira, 20 de abril de 2012

Quantas vezes...?



Bob Dylan inicia uma viagem reflexiva em nós. Ao longo da canção, assuntos voltados à eternidade, ao amadurecimento, a dúvidas e ao comportamento social são mencionados em cada verso e nos convidam a pensar, de uma maneira sensível e profunda que só Dylan consegue fazer, sobre o mundo e sobre as pessoas que nele vivem. A música nos permite lembrar do jovem adolescente que, ao crescer e começar a tomar consciência de si, do mundo e do papel das pessoas nele, começa a questionar-se desesperadamente sobre tudo e todos, deixando-o confuso e inseguro. Popularmente, o adolescente é conhecido como o revoltado, o revolucionário que quer mudar o mundo, o crítico, o teimoso e o chato. Na verdade, podemos mudar o foco e vê-lo como um ser novo em um ambiente novo. Um ser pensante que “saíra de sua caverna” e pergunta-se: “O que diabos é isso?” ao olhar para o mundo. - “Quantas vezes precisará balas de canhão voar até serem para sempre banidas?” – Questionamentos assim ilustram o quadro da melhor forma. Não basta, entretanto, para o adolescente questionar o mundo e todos, ele precisa questionar-se para saber quem é. Essa interiorização acaba em fazê-lo corrigir seus antigos comportamentos que não estão mais correspondentes que sua mentalidade. Qual melhor frase do que a primeira da música para ilustrar esse aspecto? - “Quantas estradas precisará um homem andar antes que possam chamá-lo de um homem?”  
Fundamentalmente, a Psicologia tem papel importante nessa fase da vida humana. Os questionamentos do jovem são muitas vezes vistos como sintomas de psicopatologias por muitos leigos e isso pode afetar seu desenvolvimento. É papel do psicólogo compreender o quão complexa e turbulenta é essa fase e saber como auxiliar o jovem que possivelmente se encontra em sua frente querendo saber se ele é normal ou não (tendo em vista que ele irá questionar o que é ser normal). Além do jovem, o psicólogo deve saber compartilhar um pouco de seu conhecimento com os pais. Na adolescência, os pais sofrem tanto (ou mais) que seus filhos. Por ser um ser questionador vivamente, o adolescente pode apresentar uma maturidade maior que os próprios pais. Muitas manias e crises podem ser passadas por eles próprios aos filhos. Alguns destes não estão preparados, também, em ver seu “bebê” crescendo e isso pode ser um fator negativo para o desenvolvimento do adolescente. [Matheus I. Mazzochi]

Nenhum comentário:

Postar um comentário