segunda-feira, 18 de junho de 2012


Pesquisa indica que idosos tendem a ser mais satisfeitos com a vida
Vida longa promove experiências que criam maior tolerância aos desafios


 Satisfação dos idosos pode estar ligada a mais tempo e livre e menos pressões

 Ativo e saudável, sem muito tempo para remoer problemas. Esse é o perfil do novo idoso, como aponta um estudo realizado por pesquisadores das universidades de Wurzburg, na Alemanha, e de Luxemburgo. Depois de comparar a perspectiva de vida de jovens e idosos, os especialistas concluíram que, atualmente, os mais velhos apresentam mais satisfação com a vida e têm menos chances de sofrer depressão.

— Até algumas décadas atrás, o envelhecimento era considerado sombrio, um tempo de declínio na vida. Era descrito apenas como a época em que os amigos ficam doentes e morrem, em que a pessoa tem movimentos limitados, mais problemas de saúde e um tempo de vida relativamente curto — descreve Stefan Sütterlin, um dos autores da pesquisa, publicada recentemente no Journal of Aging Research.

Sütterlin diz que essa realidade ficou para trás. Para chegar a essa conclusão, ele e seus colegas analisaram um grupo de 300 pessoas (118 mulheres e 182 homens) entre 15 e 87 anos. Por meio de questionários, eles mediram com que frequência os participantes tinham pensamentos negativos, focando principalmente a reflexão ponderada e a preocupação cultivada — essa última sendo a chave para prever sintomas de depressão.

A análise dos dados mostrou que os participantes jovens são muito mais propensos a desenvolver depressão, muito provavelmente devido a pensamentos negativos e a algo que os psicólogos chamam de ruminação, forma de responder às angústias da vida em que a pessoa geralmente pensa que "nada vai dar certo".

Segundo o pesquisador, os jovens podem mostrar satisfação com a vida também: a questão é que eles se sentem depressivos ou alegres com mais frequência e maior intensidade. Os mais velhos mostram, em geral, que sabem se controlar emocionalmente quando estão vivendo alguma dificuldade, e se recuperam mais rápido de algum problema.

Pesquisa em Porto Alegre revela mesma tendência

A segunda edição do levantamento que calcula o Índice de Bem-Estar (IBE) Unimed, uma espécie de termômetro do nível de contentamento da população, também revelou que a felicidade se encontra além dos 60 anos. Os resultados, divulgados em novembro do ano passado, atestam que os entrevistados com mais de 60 anos atingem as maiores médias de bem-estar em nove das 12 dimensões avaliadas, em comparação com as demais quatro faixas etárias pesquisadas.


 Segundo uma das pesquisadoras, o resultado pode ser atribuído ao tempo livre e à ausência da pressão do dia a dia, mais presente em outras fases da vida por conta de obrigações profissionais ou relacionamentos.
— Mas também pode indicar que os idosos são mais tolerantes e se contentam mais facilmente com o que têm — avalia Teniza da Silveira.

Para a gerontologista Gislane Ferreira de Melo, os tempos atuais propiciam um maior bem-estar aos idosos, principalmente pelo fácil acesso às atividades voltadas para eles.

— Muitos avôs e avós tiveram uma infância mais difícil. Antigamente, não havia projetos para idosos. Esse cenário não contribuía para uma maior satisfação com a vida. Hoje, eles estão no computador, nas redes sociais e são acolhidos pela comunidade onde vivem — analisa.

       Achei a notícia muito interessante, pois notamos como a qualidade de vida na velhice é um tema que vem ganhando relevância nos últimos anos. Com o aumento geral da sobrevida da população, é importante para nós, profissionais da psicologia, aprender e se especializar cada vez mais sobre temas específicos da chamada terceira idade. Um suporte psicológico de qualidade pode garantir aos idosos não apenas maior longevidade, mas qualidade de vida, bem-estar subjetivo e satisfação pessoal.

Lucas Klering Juchem

fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2011/11/pesquisa-mostra-que-terceira-idade-e-a-mais-feliz-3553208.htm

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