Pesquisa indica que idosos tendem a ser mais satisfeitos com a
vida
Vida longa promove experiências que criam maior tolerância aos
desafios
Satisfação dos idosos pode estar ligada a mais tempo e livre e
menos pressões
Ativo e
saudável, sem muito tempo para remoer problemas. Esse é o perfil do novo idoso,
como aponta um estudo realizado por pesquisadores das universidades de
Wurzburg, na Alemanha, e de Luxemburgo. Depois de comparar a perspectiva de
vida de jovens e idosos, os especialistas concluíram que, atualmente, os mais
velhos apresentam mais satisfação com a vida e têm menos chances de sofrer depressão.
— Até algumas décadas atrás, o envelhecimento era considerado
sombrio, um tempo de declínio na vida. Era descrito apenas como a época em que
os amigos ficam doentes e morrem, em que a pessoa tem movimentos limitados,
mais problemas de saúde e um tempo de vida relativamente curto — descreve
Stefan Sütterlin, um dos autores da pesquisa, publicada recentemente no Journal
of Aging Research.
Sütterlin diz
que essa realidade ficou para trás. Para chegar a essa conclusão, ele e seus
colegas analisaram um grupo de 300 pessoas (118 mulheres e 182 homens) entre 15
e 87 anos. Por meio de questionários, eles mediram com que frequência os
participantes tinham pensamentos negativos, focando principalmente a reflexão
ponderada e a preocupação cultivada — essa última sendo a chave para prever sintomas
de depressão.
A análise dos
dados mostrou que os participantes jovens são muito mais propensos a
desenvolver depressão, muito provavelmente devido a pensamentos negativos e a
algo que os psicólogos chamam de ruminação, forma de responder às angústias da
vida em que a pessoa geralmente pensa que "nada vai dar certo".
Segundo o
pesquisador, os jovens podem mostrar satisfação com a vida também: a questão é
que eles se sentem depressivos ou alegres com mais frequência e maior
intensidade. Os mais velhos mostram, em geral, que sabem se controlar
emocionalmente quando estão vivendo alguma dificuldade, e se recuperam mais rápido
de algum problema.
Pesquisa
em Porto Alegre revela mesma tendência
A segunda
edição do levantamento que calcula o Índice de Bem-Estar (IBE) Unimed, uma
espécie de termômetro do nível de contentamento da população, também revelou
que a felicidade se encontra além dos 60 anos. Os resultados, divulgados em
novembro do ano passado, atestam que os entrevistados com mais de 60 anos
atingem as maiores médias de bem-estar em nove das 12 dimensões avaliadas, em
comparação com as demais quatro faixas etárias pesquisadas.
Segundo uma
das pesquisadoras, o resultado pode ser atribuído ao tempo livre e à ausência
da pressão do dia a dia, mais presente em outras fases da vida por conta de
obrigações profissionais ou relacionamentos.
— Mas também pode indicar que os idosos são mais tolerantes e se
contentam mais facilmente com o que têm — avalia Teniza da Silveira.
Para a
gerontologista Gislane Ferreira de Melo, os tempos atuais propiciam um maior
bem-estar aos idosos, principalmente pelo fácil acesso às atividades voltadas
para eles.
— Muitos avôs e avós tiveram uma infância mais difícil.
Antigamente, não havia projetos para idosos. Esse cenário não contribuía para uma
maior satisfação com a vida. Hoje, eles estão no computador, nas redes sociais
e são acolhidos pela comunidade onde vivem — analisa.
Achei a notícia muito interessante, pois notamos como a qualidade de vida na velhice é um tema que vem ganhando relevância nos
últimos anos. Com o aumento geral da sobrevida da população, é importante para nós, profissionais da psicologia, aprender e se especializar cada vez mais sobre temas específicos da chamada terceira idade. Um suporte psicológico de qualidade pode garantir aos idosos não apenas maior longevidade, mas qualidade
de vida, bem-estar subjetivo e satisfação pessoal.
Lucas Klering Juchem
fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2011/11/pesquisa-mostra-que-terceira-idade-e-a-mais-feliz-3553208.htm
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