sexta-feira, 28 de junho de 2013

O sentimento de solidão pode provocar a Síndrome de Alzheimer na terceira idade

" Ser solitário pode trazer diversos problemas à saúde. A mais recente descoberta associa o sentimento de solidão a maiores riscos de desenvolver a Síndrome de Alzheimer na terceira idade. Estudos anteriores já haviam estabelecido ligação entre declínio mental e demência em pessoas que se mantêm isoladas ou têm vida social bem restrita.
Agora, a pesquisa feita na Holanda, pela Sociedade de Alzheimer, investigou o assunto em mais de 2 mil pacientes e verificou que um a cada 10 dos solitários apresentou algum sinal de debilidade mental após três anos. Entre os mais ativos socialmente, a ocorrência foi de um em cada 20. E os riscos são maiores mesmo entre as pessoas que têm amigos, mas ainda assim se sentem solitárias.
 "Esses resultados sugerem que o sentimento de solidão contribui para o risco de demência na terceira idade. Interessante que se sentir sozinho mais do que estar sozinho foi associado a casos de demência”, disse Jessica Smith, especialista da entidade holandesa."



A Doença ou Síndrome de Alzheimer, como é referida na matéria acima, é classificada segundo o  DSM-IV-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) como um tipo de demência do Eixo I (Transtornos Clínicos), que acomete principalmente pessoas acima dos 65 anos e se manifesta por desorientação progressiva, delírios, depressão e múltiplos déficits cognitivos.
Além dos critérios diagnósticos vistos na disciplina de Saúde Mental e Psicopatologia, vimos também na disciplina de Neurociências e Comportamento que dentre as diversas consequências da Doença de Alzheimer estão: a perda progressiva da memória, dificuldade com novas aprendizagens, redução da atenção, ansiedade exacerbada, baixa tolerância à novidade. Além disso, a função colinérgica encontra-se reduzida em pacientes com a doença, em comparação com pacientes 'normais'. A perda de neurônios colinérgicos é considerada como a provável causa da perda progressiva de memória na Doença de Alzheimer.
Segundo Papalia, o declínio na saúde mental não é típico na terceira idade, assim como a demência não é uma parte inevitável do envelhecimento. Porém as perturbações mentais e comportamentais que ocorrem em adultos mais velhos podem ser devastadoras.
 
Sabe-se que manter bons vínculos familiares e relações pessoais são fatores importantes para a qualidade de vida, em todas as faixas etárias e, apesar de grande parte dos idosos serem sozinhos em razão de ter perdido a família, o cônjuge, ou por serem solteiros, as amizades demonstram ter efeitos mais positivo sobre o bem-estar dessas pessoas.
 
 "A maioria das pessoas tem amigos íntimos, e as que têm um círculo ativo de amigos são mais saudáveis e felizes (Antonucci e Akiyama, 1995; Babchuck, 1978-1979; Lemon et ai., 1972; Steinbach, 1992). Amigos amenizam o impacto do estresse na saúde física e mental (Cutrona, Russell e Rose, 1986). As pessoas que têm com quem confidenciar seus sentimentos e seus pensamentos e que sabem conversar sobre suas preocupações e sobre seu sofrimento com amigos lidam melhor com as mudanças e com as crises da velhice (Genevay 1986); Lowenthal e Haven, 1968). Elas também parecem prolongar sua vida (Steinbach, 1992)."
 
Sendo a depressão uma das manifestações da Demência de Alzheimer, ela  tende a acelerar os declínios físicos do envelhecimento e também está relacionada com diversos fatores da terceira idade, dentre eles as dores e doenças crônicas, perda de entes queridos, alteração do humor por uso de fármacos, sentimento de inadequação e de solidão.
Muitos idosos podem também se sentir sozinhos mesmo com uma grande família, por serem ou se sentirem excluídos, inadequados ou sem utilidade. 
 

 Thuanny Caldas

Nenhum comentário:

Postar um comentário