Trazendo depoimentos de senhoras falando de suas “velhices”, pesquisa
aponta felicidade na terceira idade.
Parece quase uma necessidade falar de
felicidade na terceira idade, estar satisfeito com tudo e com todos. Mas o que
seria essa tal de felicidade que tantos proclamam como um dever de todos nós?
Proliferam textos e pesquisas na internet divulgando os números do paraíso,
dicas como chegar no nirvana e tornar-se um idoso “moderninho” que pratica
exercícios físicos, se cuida através de uma dieta para lá de saudável, viaja
com seus semelhantes e além de tudo namora e se diz mais feliz do que nunca.
Ufa!!! Fica-se cansada até de pensar nisso tudo.
“Foi-se o tempo em que envelhecer era sinônimo de melancolia e solidão. Quem ainda acredita que a terceira idade está restrita a cadeiras de balanço, agulhas de tricô e partidas de gamão não conhece a vida do idoso contemporâneo”, afirma a reportagem intitulada “Brasileiros estão mais felizes na terceira idade” e divulgada na mídia nacional. De fato, melancolia e solidão fazem parte de qualquer fase da vida, principalmente no mundo que vivemos hoje, em que a violência bate a porta, entra nas nossas casas pela televisão, pelas relações que estabelecemos sejam elas profissionais ou afetivas. Sofremos perdas irreparáveis no decorrer dos anos que deixam marcas, não se apagam com o tempo, como muitos dizem: “ah... acalme-se, o tempo apaga tudo”. Eu respondo: “não apaga não, aquilo que está impresso permanece,
fica tatuado na alma”. Talvez na velhice, as perdas fiquem potencializadas, com tudo muito intenso naquilo que foi feito, no que poderia ser evitado, nos resultados, escolhas e equívocos. Minha mãe, do alto de seus 82 anos costuma dizer: “não me arrependo de nada, se tivesse que fazer tudo de novo, faria. Não mudaria uma vírgula na minha história”. Mas não pensem que esta frase significa felicidade.
Com frases do gênero, pesquisadores seguem em busca de respostas para este comentado “envelhecer feliz”, objeto de estudo precioso se pensarmos que vivemos cada vez mais. Voltando à felicidade, a reportagem traz “uma pesquisa divulgada neste mês de outubro pelo Programa de Novas Dinâmicas do Envelhecimento que aponta que os brasileiros estão mais felizes quando chegam na terceira idade. Segundo o estudo, realizado por pesquisadores ingleses entre os anos de 2002 e 2008, a maioria dos idosos brasileiros se considera “satisfeita” ou “muito satisfeita” com suas condições de vida, com o respeito que recebem dos familiares e com o relacionamento mantido com outras pessoas”.
Interessante pensar neste “grau de satisfação”. Lembra-me as auditorias de grandes empresas com suas rigorosas classificações: “insatisfatório, satisfatório e muito satisfatório”. Devo confessar que até para uma análise técnica, o “conceito desejado”, motivo da pesquisa, sempre deixa a dever quando se analisa a complexidade de um processo. Como disse inicialmente, parece uma obrigação, principalmente, para o brasileiro estar e sentir-se feliz. E como se não bastasse isso, o idoso “brasileiro” ainda deve dizer que todos que os rodeiam são amáveis, acolhedores, gentis e queridos. Tudo isso parece demais!
O Censo Demográfico 2010 aponta um significativo aumento da população idosa no País e uma pesquisa do Banco Mundial prevê que em 2050 o número de brasileiros com mais de 65 anos deve saltar dos atuais 20 milhões para 65 milhões. Rita Khater, professora de Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas destaca: “Hoje estamos envelhecendo cada vez mais e melhor. Isso se deve a diversos fatores, como melhoria da qualidade de vida e avanço da medicina”. Segundo ela, há alguns anos a representação social do idoso era a do dependente, inválido ou mesmo inútil. “Ainda existe muito preconceito com relação à velhice, mas estamos evoluindo. Isso porque o crescimento da população idosa é significativo e, naturalmente, a sociedade vai sendo obrigada a se transformar para quebrar esses paradigmas”, afirma a professora.
Não há como analisar o processo de envelhecer contemporâneo seguindo os antigos padrões, como mencionou Rita Khater. As demandas atuais são diferentes, a vida exige desse idoso outro posicionamento, não mais passivo e sim de enfrentamento. Hoje, vive-se muito mais na velhice, por volta de 30 anos, é tempo demais para pensar em desistir e partir para a “cadeira de balanço”. As trocas intergeracionais estão aí, nos bancos de escola, nas relações, no trabalho, na família, com jovens e velhos partilhando experiências e até trocando confidências.
A reportagem ainda traz a visão da psicóloga Isabella Quadros, mestranda em Gerontologia Social pela PUC-SP e colaboradora do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE) que explica que a visão negativa do idoso está intimamente ligada ao capitalismo. “Em uma sociedade cujo modelo econômico gira em torno do capital, o seu significado está atrelado ao que você produz. Quando você se aposenta, teoricamente deixa de produzir e, consequentemente, perde sua função no mundo. Por isso durante tanto tempo a aposentadoria foi encarada como uma espécie de sentença de morte", diz. Uma sentença, muitas vezes, imposta pelo próprio indivíduo. Fomos criados para produzir. Lembro que quando criança ouvia os adultos de minha família falarem “Você só vira gente quando produz, trabalha duro e ganha seu próprio dinheiro. Antes disso, não pode nem piar.”
Isabella ainda complementa que com o aumento da expectativa de vida, as pessoas passaram a se deparar com um futuro pós-aposentadoria de 20 ou 30 anos. “Isso é uma grande novidade: a pirâmide se inverteu. Se antes o número de jovens era superior ao de idosos, hoje temos um crescimento muito maior de pessoas na terceira idade". De acordo com a professora Rita Khater, antes as pessoas se aposentavam da vida e hoje se aposentam somente do trabalho.
Pensando na aposentadoria versus lazer e projetos de vida, Maria Cristina Dal Rio, mestre em Gerontologia pela PUC-SP e atualmente professora do curso de Aperfeiçoamento em Gerontologia do Instituto Sedes Sapientiae diz “Quando se sentem livres das obrigações formais, as pessoas tendem a olhar mais para si mesmas e a fazer o que realmente querem. Muitos idosos vivenciam a aposentadoria como um renascimento; uma possibilidade de ter novas experiências e realizar antigos sonhos.”
A reportagem traz depoimentos interessantes. É o caso de Jacy de Arruda Faccioni, de 93 anos, que desde menina sonhava em ser professora. "Vim de um regime bastante rígido e acabei me diplomando em contabilidade porque minha mãe não queria que eu fosse professora. Mas não desisti do meu sonho, e com 66 anos fui fazer Magistério", conta ela, que participa de diversas atividades para idosos oferecidas pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) de Campinas, no interior de São Paulo.
“Jaci canta, dança, atua, escreve poemas, não abre mão de uma boa taça de vinho tinto e diz que jamais sai de casa sem maquiagem”. Ela conta: “Sou muito vaidosa e independente. Faço minhas atividades no Sesc semanalmente. Frequento bailes da terceira idade, vou ao shopping com minhas amigas, lavo minha própria roupa. Sempre fui independente e sempre quero ser. Claro que a idade traz algumas limitações, mas sou da seguinte teoria: tudo na vida tem solução”. Como uma pergunta sobre o segredo da felicidade não poderia faltar, chega a reposta de Jaci: “Não guardar mágoas e ressentimentos. Isso judia muito do coração”. E completa: “Ainda hoje a vida me encanta, me fascina.” Compreensível, a vida encanta a todos nós, mas judia com muita frequência, também.
“Foi-se o tempo em que envelhecer era sinônimo de melancolia e solidão. Quem ainda acredita que a terceira idade está restrita a cadeiras de balanço, agulhas de tricô e partidas de gamão não conhece a vida do idoso contemporâneo”, afirma a reportagem intitulada “Brasileiros estão mais felizes na terceira idade” e divulgada na mídia nacional. De fato, melancolia e solidão fazem parte de qualquer fase da vida, principalmente no mundo que vivemos hoje, em que a violência bate a porta, entra nas nossas casas pela televisão, pelas relações que estabelecemos sejam elas profissionais ou afetivas. Sofremos perdas irreparáveis no decorrer dos anos que deixam marcas, não se apagam com o tempo, como muitos dizem: “ah... acalme-se, o tempo apaga tudo”. Eu respondo: “não apaga não, aquilo que está impresso permanece,
fica tatuado na alma”. Talvez na velhice, as perdas fiquem potencializadas, com tudo muito intenso naquilo que foi feito, no que poderia ser evitado, nos resultados, escolhas e equívocos. Minha mãe, do alto de seus 82 anos costuma dizer: “não me arrependo de nada, se tivesse que fazer tudo de novo, faria. Não mudaria uma vírgula na minha história”. Mas não pensem que esta frase significa felicidade.
Com frases do gênero, pesquisadores seguem em busca de respostas para este comentado “envelhecer feliz”, objeto de estudo precioso se pensarmos que vivemos cada vez mais. Voltando à felicidade, a reportagem traz “uma pesquisa divulgada neste mês de outubro pelo Programa de Novas Dinâmicas do Envelhecimento que aponta que os brasileiros estão mais felizes quando chegam na terceira idade. Segundo o estudo, realizado por pesquisadores ingleses entre os anos de 2002 e 2008, a maioria dos idosos brasileiros se considera “satisfeita” ou “muito satisfeita” com suas condições de vida, com o respeito que recebem dos familiares e com o relacionamento mantido com outras pessoas”.
Interessante pensar neste “grau de satisfação”. Lembra-me as auditorias de grandes empresas com suas rigorosas classificações: “insatisfatório, satisfatório e muito satisfatório”. Devo confessar que até para uma análise técnica, o “conceito desejado”, motivo da pesquisa, sempre deixa a dever quando se analisa a complexidade de um processo. Como disse inicialmente, parece uma obrigação, principalmente, para o brasileiro estar e sentir-se feliz. E como se não bastasse isso, o idoso “brasileiro” ainda deve dizer que todos que os rodeiam são amáveis, acolhedores, gentis e queridos. Tudo isso parece demais!
O Censo Demográfico 2010 aponta um significativo aumento da população idosa no País e uma pesquisa do Banco Mundial prevê que em 2050 o número de brasileiros com mais de 65 anos deve saltar dos atuais 20 milhões para 65 milhões. Rita Khater, professora de Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas destaca: “Hoje estamos envelhecendo cada vez mais e melhor. Isso se deve a diversos fatores, como melhoria da qualidade de vida e avanço da medicina”. Segundo ela, há alguns anos a representação social do idoso era a do dependente, inválido ou mesmo inútil. “Ainda existe muito preconceito com relação à velhice, mas estamos evoluindo. Isso porque o crescimento da população idosa é significativo e, naturalmente, a sociedade vai sendo obrigada a se transformar para quebrar esses paradigmas”, afirma a professora.
Não há como analisar o processo de envelhecer contemporâneo seguindo os antigos padrões, como mencionou Rita Khater. As demandas atuais são diferentes, a vida exige desse idoso outro posicionamento, não mais passivo e sim de enfrentamento. Hoje, vive-se muito mais na velhice, por volta de 30 anos, é tempo demais para pensar em desistir e partir para a “cadeira de balanço”. As trocas intergeracionais estão aí, nos bancos de escola, nas relações, no trabalho, na família, com jovens e velhos partilhando experiências e até trocando confidências.
A reportagem ainda traz a visão da psicóloga Isabella Quadros, mestranda em Gerontologia Social pela PUC-SP e colaboradora do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE) que explica que a visão negativa do idoso está intimamente ligada ao capitalismo. “Em uma sociedade cujo modelo econômico gira em torno do capital, o seu significado está atrelado ao que você produz. Quando você se aposenta, teoricamente deixa de produzir e, consequentemente, perde sua função no mundo. Por isso durante tanto tempo a aposentadoria foi encarada como uma espécie de sentença de morte", diz. Uma sentença, muitas vezes, imposta pelo próprio indivíduo. Fomos criados para produzir. Lembro que quando criança ouvia os adultos de minha família falarem “Você só vira gente quando produz, trabalha duro e ganha seu próprio dinheiro. Antes disso, não pode nem piar.”
Isabella ainda complementa que com o aumento da expectativa de vida, as pessoas passaram a se deparar com um futuro pós-aposentadoria de 20 ou 30 anos. “Isso é uma grande novidade: a pirâmide se inverteu. Se antes o número de jovens era superior ao de idosos, hoje temos um crescimento muito maior de pessoas na terceira idade". De acordo com a professora Rita Khater, antes as pessoas se aposentavam da vida e hoje se aposentam somente do trabalho.
Pensando na aposentadoria versus lazer e projetos de vida, Maria Cristina Dal Rio, mestre em Gerontologia pela PUC-SP e atualmente professora do curso de Aperfeiçoamento em Gerontologia do Instituto Sedes Sapientiae diz “Quando se sentem livres das obrigações formais, as pessoas tendem a olhar mais para si mesmas e a fazer o que realmente querem. Muitos idosos vivenciam a aposentadoria como um renascimento; uma possibilidade de ter novas experiências e realizar antigos sonhos.”
A reportagem traz depoimentos interessantes. É o caso de Jacy de Arruda Faccioni, de 93 anos, que desde menina sonhava em ser professora. "Vim de um regime bastante rígido e acabei me diplomando em contabilidade porque minha mãe não queria que eu fosse professora. Mas não desisti do meu sonho, e com 66 anos fui fazer Magistério", conta ela, que participa de diversas atividades para idosos oferecidas pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) de Campinas, no interior de São Paulo.
“Jaci canta, dança, atua, escreve poemas, não abre mão de uma boa taça de vinho tinto e diz que jamais sai de casa sem maquiagem”. Ela conta: “Sou muito vaidosa e independente. Faço minhas atividades no Sesc semanalmente. Frequento bailes da terceira idade, vou ao shopping com minhas amigas, lavo minha própria roupa. Sempre fui independente e sempre quero ser. Claro que a idade traz algumas limitações, mas sou da seguinte teoria: tudo na vida tem solução”. Como uma pergunta sobre o segredo da felicidade não poderia faltar, chega a reposta de Jaci: “Não guardar mágoas e ressentimentos. Isso judia muito do coração”. E completa: “Ainda hoje a vida me encanta, me fascina.” Compreensível, a vida encanta a todos nós, mas judia com muita frequência, também.
Outro exemplo é o de Dolores Fernades, sempre impecável, com os cabelos
claros, bem cortados, unhas feitas, brincos de pedras e batom. Faz exercícios,
canta em um coral, viaja bastante e já está de malas prontas para realizar o
seu sonho: conhecer a Itália. Lola, como prefere ser chamada pelas amigas, há
um mês resolveu fazer algo inédito em sua vida: morar sozinha. Essa história
parece comum, comparada facilmente a de centenas de mulheres no Brasil. A
diferença, neste caso, é que Lola vive bem e mais feliz do que nunca aos 81
anos de idade.
Para Lola o segredo de tanta “felicidade” é interagir, praticar atividade física, viajar e, principalmente, ter amigos. “Trabalhei a vida toda. Fui comerciante. Quando era jovem eu tinha muitas preocupações, como bancar o ensino dos meus filhos, por exemplo. Hoje o tempo que eu tenho é meu”. Talvez o segredo desta senhora foi descobrir o gosto da liberdade de viver, segundo seus próprios critérios. Se isso é felicidade? Não sei, para ela é ou parece ser.
Maria Augusta Assis, 74 anos, cantora por natureza, a aposentada mora sozinha e, segundo a reportagem, de tão animada, ganhou o título de “Rainha da Terceira Idade”. “Adoro meus amigos e sempre que posso estou com eles. Sou tão ativa que não consigo ficar quieta”, conta. Nem a eventual falta de sono à noite a perturba. "Tenho um aparelho de videokê em casa e sempre que tenho insônia, começo a cantar. É um ótimo remédio", ensina.
Na juventude ou na velhice, cada qual com seu sentido de felicidade, se é que ele realmente existe.
Link desta reportagem: http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/pesquisas/brasileiros-mais-felizes-na-terceira-idade-sera.html
Para Lola o segredo de tanta “felicidade” é interagir, praticar atividade física, viajar e, principalmente, ter amigos. “Trabalhei a vida toda. Fui comerciante. Quando era jovem eu tinha muitas preocupações, como bancar o ensino dos meus filhos, por exemplo. Hoje o tempo que eu tenho é meu”. Talvez o segredo desta senhora foi descobrir o gosto da liberdade de viver, segundo seus próprios critérios. Se isso é felicidade? Não sei, para ela é ou parece ser.
Maria Augusta Assis, 74 anos, cantora por natureza, a aposentada mora sozinha e, segundo a reportagem, de tão animada, ganhou o título de “Rainha da Terceira Idade”. “Adoro meus amigos e sempre que posso estou com eles. Sou tão ativa que não consigo ficar quieta”, conta. Nem a eventual falta de sono à noite a perturba. "Tenho um aparelho de videokê em casa e sempre que tenho insônia, começo a cantar. É um ótimo remédio", ensina.
Na juventude ou na velhice, cada qual com seu sentido de felicidade, se é que ele realmente existe.
Link desta reportagem: http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/pesquisas/brasileiros-mais-felizes-na-terceira-idade-sera.html
Reportagem
original: http://delas.ig.com.br/comportamento/brasileiros-estao-mais-felizes-na-terceira-idade/n1597305480081.html
Atualmente, ao se
aposentarem, as pessoas ainda têm longos anos de vida para fazerem o que
realmente querem e desfrutarem da aposentadoria com prazer de viver e realizar
sonhos antigos. Nesse sentido, exemplificando a oitava etapa da vida segundo
Erikson, temos a Dona Jacy, da reportagem acima: depois de se aposentar, ela
resolveu, aos 66 anos de idade, começar a fazer Magistério por uma realização
pessoal. Para Erikson, a conquista culminante da terceira idade é um senso de
integridade do ego, ou integridade do self, conquista fundamentada na reflexão
sobre a própria vida e em manter um “envolvimento social”, então nessa oitava e
última etapa da vida, integridade do ego versus desespero, os adultos mais
velhos têm de avaliar e aceitar suas vidas para poderem aceitar a morte, mas
não em uma forma de lamentação e sim mantendo atividades diversas de
envolvimento social através de contínuos estímulos e desafios que mantenham a
saúde, tanto mental, quanto física em ótimas condições. A produtividade quer
seja remunerada ou não, tem um papel muito importante no envelhecimento
bem-sucedido – é possível que qualquer atividade regular que expresse e
intensifique qualquer aspecto de self possa contribuir para o envelhecimento
bem-sucedido e saudável do indivíduo. Desta forma, pode-se fazer um paralelo
com a teoria de Viktor Frankl, estudado em Sistemas e Teorias I – Abordagem Humanista,
em que ele fala que uma das possíveis explicações para a instalação da
depressão em idosos e aposentados é o vazio existencial, atrelado à falta de sentido
na vida dos mesmos. Na Logoterapia, a busca pelo sentido da vida da pessoa é a
principal força motivadora no ser humano. Ou seja, ao se aposentarem muitos
idosos não se sentem mais úteis, não veem um sentido para a sua existência,
porém ao se inserirem em atividades de lazer em grupos, atividades intelectuais
(como recomeçar a estudar), ou atividades voluntárias, começam a perceber e
reencontrar o sentido que haviam perdido, podendo, assim, aproveitar com
qualidade essa etapa da vida.
Por Juliana Lisboa
Fernandes
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